No coração do Oriente Médio, localiza-se uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo: o Estreito de Ormuz. Essa passagem estreita conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e, consequentemente, ao Mar da Arábia e ao Oceano Índico, sendo essencial para o comércio global, especialmente no transporte de petróleo e gás natural.
O que é o Estreito de Ormuz?
O Estreito de Ormuz é um canal natural situado entre o Irã, ao norte, e a Península Arábica, ao sul, onde estão países como Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar e outros. Apesar de sua pequena extensão – com largura mínima de apenas 55 km e trechos navegáveis ainda menores, em torno de 10 km –, o estreito desempenha um papel vital no comércio internacional. Ele é a única via de acesso do Golfo Pérsico ao Oceano Índico, tornando-se indispensável para o escoamento de petróleo e outras commodities.
O Estreito de Ormuz é responsável por transportar aproximadamente 20% do petróleo consumido no mundo e cerca de 30% do comércio marítimo de petróleo bruto. Navios-tanque que navegam por ali carregam diariamente cerca de 17 milhões de barris de petróleo, conforme dados recentes.
Quais países utilizam o Estreito de Ormuz?
Praticamente todos os principais produtores de petróleo do Golfo Pérsico utilizam o Estreito de Ormuz para exportar suas commodities. Entre eles:
● Arábia Saudita: Maior exportador de petróleo do mundo.
● Iraque: Um dos principais fornecedores de petróleo para mercados asiáticos.
● Irã: Exportador significativo de petróleo e gás, apesar das sanções internacionais.
● Catar: Líder global na exportação de gás natural liquefeito (GNL).
● Emirados Árabes Unidos e Kuwait: Produtores estratégicos de petróleo e derivados.
Do lado dos importadores, China, Índia, Japão e Coreia do Sul são os maiores beneficiários do fluxo de energia que passa pelo estreito. Esses países dependem diretamente dessa rota para alimentar suas economias industrializadas e crescentes demandas energéticas.
Rotas alternativas e desafios logísticos
Embora o Estreito de Ormuz seja insubstituível para grande parte do tráfego marítimo, alguns países têm investido em rotas alternativas para reduzir sua dependência. Por exemplo:
● Os Emirados Árabes Unidos construíram um gasoduto que liga Abu Dhabi diretamente ao Golfo de Omã, evitando o estreito.
● A Arábia Saudita possui oleodutos que podem transportar petróleo do Golfo Pérsico ao Mar Vermelho.
Essas alternativas, no entanto, ainda não conseguem substituir completamente o volume transportado pelo Estreito de Ormuz, reforçando sua importância estratégica.
Portanto, o que acontece nessa pequena faixa de água pode influenciar diretamente as cadeias de suprimentos e o equilíbrio econômico em escala planetária.